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Após dizer que país está quebrado, Bolsonaro convoca reunião ministerial

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Um dia após dizer a apoiadores que o Brasil está quebrado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu ministros na manhã desta quarta-feira, no Palácio do Planalto. Segundo o governo, participaram 17 dos 23 ministros, além do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. O ministro Paulo Guedes (Economia), que estava de férias, foi ao encontro, que começou às 8h e acabou cerca de uma hora e meia depois. Já os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Rogério Marinho (Infraestrutura), André Mendonça (Justiça), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Roberto Campos Neto (Banco Central) não compareceram. 

PARTICIPANTES DA REUNIÃO DESTA QUARTA-FEIRA:

  • Braga Netto, ministro da Casa Civil;
  • Fernando Azevedo, ministro da Defesa;
  • Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores;
  • Paulo Guedes, ministro da Economia;
  • Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura;
  • Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
  • Milton Ribeiro, ministro da Educação;
  • Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania;
  • Eduardo Pazuello, ministro da Saúde;
  • Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia;
  • Fábio Faria, ministro das Comunicações;
  • Gilson Machado Neto, ministro do Turismo;
  • Wagner Rosário, ministro da CGU (Controladoria-Geral da União);
  • Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos;
  • Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa, ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República;
  • Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • José Levi, ministro da AGU (Advocacia-Geral da União); 
  • Pedro Guimarães, presidente da Caixa

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De acordo com assessores de alguns ministros, o encontro já estava previsto, embora só tenha aparecido na agenda oficial do presidente com a reunião já em curso. A reunião acontece depois de Bolsonaro passar 17 dias sem compromissos oficiais e de retornar de um recesso pelos litorais de Santa Catarina e São Paulo. 

Na terça-feira, no primeiro dia de trabalho, ele fez declarações em dois encontros com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada. Pela manhã, afirmou que o Brasil está quebrado e que ele não consegue fazer nada. 

- Chefe, o Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia - disse o mandatário pela manhã, também em conversa transmitida pelo canal bolsonarista na internet.

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A declaração destoa de posições apresentadas publicamente pela equipe econômica, que tem batido na tecla de que a atividade econômica do país está em plena recuperação, o que trará resultados positivos para a arrecadação de impostos.

No fim da tarde, Bolsonaro disse que "a gente não tem recursos para investir" e voltou a falar de sua promessa de campanha de atualização da tabela de Imposto de Renda.

-  O cara me cobra: 'compromisso de campanha'. Mas não esperava esta pandemia pela frente. Nos endividamos em aproximadamente R$ 700 bilhões. Complicou mexer nisso aí - afirmou no fim da tarde.

Ele também afirmou que uma das explicações para o desemprego no país é que parte dos brasileiros não tem preparação para fazer "quase nada".

- Então, [o Brasil] é um país difícil trabalhar. Quando fala em desemprego, né, [são] vários motivos. Um é a formação do brasileiro. Uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada. Nós importamos muito serviço - disse o presidente.

A retomada do emprego ainda é dúvida, mesmo com a geração recorde de vagas com carteira em novembro. No total, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros. A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera o mercado informal de trabalho, autônomos e funcionários públicos. 

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